"Dê um peixe a um homem e você o alimentará por um dia. Ensine-o a pescar e você o alimentará para toda a vida."
Cada vez mais, espera-se que os computadores sejam ferramentas úteis na educação de nossas crianças. Mas atualmente, a maioria das crianças cuja educação envolve computadores está sendo ensinada a usar o produto de uma empresa: o da Microsoft — a Microsoft gasta grandes quantias de dinheiro em lobby e marketing para conseguir o apoio de departamentos de educação.
A educação infantil representa uma importante fonte de renda para a Microsoft, e uma oportunidade estratégica para incorporar seus produtos às vidas dos futuros adultos. Ao aliciar escolas para que ensinem aos alunos utilizando Windows e seus programas associados, a Microsoft também pode fazer com que os pais se sintam obrigados a fornecer-lhes o mesmo software em casa. Onde mais podemos encontrar uma corporação capaz de inserir seu marketing e seus materiais com sua marca corporativa na frente das crianças como requisitos desta forma?
Diversos estados dos EUA inclusive se gabam a respeito de sua cooperação com a Microsoft, ignorando ou não entendendo a influência corruptora que a aceitação de gratuidades desta corporação gigantesca tem em seu governo. Como o software da Microsoft é proprietário, ele é incompatível com a educação — os usuários são apenas consumidores passivos ao interagirem com o Windows, são legalmente proibidos de adaptar os programas para resolver um problema em particular, ou de examinar seu código-fonte para satisfazer uma curiosidade intelectual. Uma educação que utiliza o poder dos computadores deve ser um meio para a liberdade e o fortalecimento, não uma avenida para uma corporação infiltrar seu monopólio através do ensino acrítico.
O software livre, por outro lado, dá às crianças um caminho para o fortalecimento, encorajando-os a explorar e aprender. Nunca a promessa de uma plataforma educacional utilizando software livre foi tão significativa como no projeto One Laptop Per Child (OLPC). Lançado pelo professor do MIT Nicholas Negroponte em 2003, o OLPC foi criado para guiar crianças por todo o mundo a uma educação avançada usando a combinação entre tecnologia da informação e liberdade. O projeto teve como meta produzir dispositivos de baixo custo (começando com um chamado XO), para que milhões de crianças pudessem ter acesso a eles, e software livre, para que elas tivessem as liberdades críticas de explorar e compartilhar seus programas.
Então, sob pressão da Microsoft, Negroponte afastou o projeto de seu compromisso com a liberdade e anunciou que a máquina também seria uma plataforma para rodar o sistema operacional proprietário Windows XP.
A Microsoft não é a única ameaça à educação — a Adobe e a Apple têm uma posição sólida na educação, mesmo no Windows. Os reprodutores proprietários Flash e Shockwave da Adobe, e o QuickTime e o iTunes da Apple são amplamente utilizados por programas educativos.
Agora a Microsoft tem como alvo os governos que estão comprando XOs, numa tentativa de persuadi-los a substituir o software livre pelo Windows. Resta saber que grau de sucesso a Microsoft obterá. Mas com toda esta pressão, a Microsoft prejudicou um projeto que já distribuiu mais de um milhão de laptops rodando free software, e tomou como meta a plataforma de baixo custo como forma de tornar as crianças pobres ao redor do mundo dependentes de seus produtos. O OLPC ameaça se tornar mais um exemplo da maneira com que a Microsoft convence governos pelo mundo de que uma educação envolvendo computadores deve ser sinônimo de uma educação usando Windows. Para evitar isto, é vital que nós trabalhemos para elevar a consciência global do dano que o envolvimento da Microsoft causa à educação das nossas crianças. Um modo excelente de fazê-lo é baixar o Sugar e ajudar uma criança em sua região a experimentar o software livre.
Como o software livre responde a isto? Liberdade 1: A liberdade de estudar como o programa funciona, e modificá-lo para que ele faça o que você desejar.
Leitura adicional: Por que as escolas devem usar exclusivamente software livre
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Equipe de tradução:
Gabriel Z M Ramos
Hudson Lacerda
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